Os Quatro Selos de Apocalipse

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A Verdadeira interpretação desses primeiros quatro selos é aquela que os reconhece como uma representação simbólica das "guerras, fomes, pestilências e terremotos", as quais Jesus declarou que seriam "o princípio das dores" na desolação de Jerusalém (Mt. 24:6-7; Lc. 21:10-11, 20). A tentativa de identificar cada figura separada com um evento específico perde tanto o espírito quanto o método do simbolismo apocalíptico. O objetivo é dar uma representação quádrupla e muito impressionante daquela terrível guerra contra Jerusalém, que estava destinada a vingar o sangue justos dos profetas e apóstolos (Mt. 23:35-37), e causar uma “grande tribulação”, como nunca antes tinha ocorrido (Mt. 24:21). Como os quatro sucessivos, porém estreitamente relacionados enxames de gafanhotos em Joel 1:4; como os quatro cavaleiros sobre cavalos de cores diferentes em Zacarias 1:8, 18, e como os quatro carros puxados por outros tantos cavalos de cores diferentes em Zacarias 6:1-8, estes quatro dolorosos juízos de Jeová ocorrem sob o mandamento dos quatro seres viventes que estão ao lado do Trono, para executar a vontade daquele que declarou que os “escribas e fariseus, [que eram] hipócritas” de seu tempo eram “serpentes, raça de víboras”, e lhes assegurou que “todas estas coisas h[averiam] de vir sobre esta geração” (Mt. 23:33, 36). Os escritos de Josefo mostram de forma abundante quão terrivelmente se cumpriram todas estas coisas na guerra sangrenta de Roma contra Jerusalém.

Fonte: Milton Terry, Biblical Apocalyptics: A Study of the Most Notable Revelations of God and Christ in the Canonical Scriptures (New York: Eaton and Mains, 1898), pp. 329.

Autor Milton Terry
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto